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terça-feira, 5 de julho de 2011

























...E perto das flores do mato à beira da estrada haviam pessoas. E dentro delas haviam casas velhas à beira da estrada. E todas aquelas pessoas estavam assim presas, e por alguma razão isso não as incomodava.

Enquanto a chuva pisoteava as flores, elas jamais perceberam o vento.

E as horas eram levadas pelos carros que passavam. Num deles estava eu. E dentro de mim estavam as casas velhas com as flores à beira da estrada, pisoteadas pela chuva, e também estavam todas aquelas pessoas sentadas em bancos nas portas das casas, esperando os olhos que passavam. E também estavam todas as outras pessoas acima das flores, que tentam manter do lado de dentro o vento, toda a alma do vento.

Ziguezagueio na linha do horizonte, ando em círculos caleidoscópicos e a minha linha reta não passa de corda bamba, enquanto todos os meus alicerces permanecem estáticos. As músicas que me compõem permanecem as mesmas. E a cor dos meus olhos, depois de tudo que guardou, curiosamente não mudou.

Mínimas chuvas me encharcam.

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