Total de visualizações de página

terça-feira, 30 de agosto de 2011



Existe uma parte em branco no passado, mas eu me lembro bem como tudo aconteceu.






"É dito que algo tão pequeno como o bater das asas de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo."
.
.
.
.






"artista, isto é, instável, capaz de todas as vilezas e grandezas num piscar de olhos"




(caio f era bipolar, tenho cada vez mais certeza...rs. nada melhor que os contos dele pra me fazer companhia nesses dias difíceis.)








nada mais bizarro do que ouvir pensamentos ao invés de palavras.
acredite.









" Vou lhe fazer um convite tão sincero que é quase infantil
Venha correr aqui fora nos gramados banhados de sol
Não fique estática, tudo é tão novo, é tão vivo!
Não fique estática quando eu disser
que eu quero estar sempre só contigo
"




-Renoir-



...e não era pra ser assim. ela era só uma criança, mas disso ninguém quis saber.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011




e, de repente, perceber isso lhe rendeu um ânimo novo.
uma esperança improvável e cristalina começava a nascer.












-monet-



"Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou
Juntos outra vez...

Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar...

Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção
Que venha nos trazer

Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender
Aprender..."

domingo, 28 de agosto de 2011

euspelho









a "doença" da dor é incurável. é uma ferida estanque que você aperta com as duas mãos o tempo inteiro, para que não sangre. está sempre à espreita. não tem razão de ser: você nasce com a cicatriz mal feita. tem raízes emaranhadas sabe-se lá em que séculos perdidos nesses milênios do universo. E digo universo, não Terra. Nós, que temos a dor, apesar do que parece, não somos da espécie humana genérica.Não somos da Terra. não, não. Viemos de muito longe, e temos extrema dificuldade em usar os cinco sentidos humanos.

Vemos as coisas por trás das coisas. As almas por dentro dos olhos. ininterruptamente. E as coisas não acontecem de dentro pra fora: acontecem apenas dentro. Sentados de onde estivermos, somos capazes de sentir a dor de quem quer que nos dispomos a observar. ou irradiar desmesuradamente por uma alegria que, por Deus, nem era minha afinal. e captamos tudo: raízes, razões, reações, lágrimas secas, gargalhadas ocas. e compreendemos tudo, e calamos tudo: nossos poros são feitos de esponja. e isso acontece mesmo contra nossa vontade.

Podemos ir a qualquer parte. E sofremos ao ver que temos um corpo pesado e preso ao chão pela lei do planeta.

Podemos entender qualquer silêncio. qualquer olhar. minimamente. Podemos ser de qualquer forma que quisermos, não há linhas em nosso desenho! ainda que apenas por alguns dias, alguns instantes: compreendemos a liberdade de nosso dardo.

Pessoas comuns são. Nós, estamos. Enquanto dentro costuma estar a alma, quieta e invisível,estática e resignada, em nós ela sente-se presa. É um redemoinho volátil. Se expande e retrai numa velocidade que foge a qualquer tentativa de controle. Explode algumas vezes, noutras encharca-se de lodo, e grita por socorro nas areias movediças que cria em seus sismos destruidores.

E, de alguma forma, sobrevivo repentinamente. A tarde está quente, linda e seca, repleta de pássaros eufóricos, e imediatemente me invade de uma qualquer alegria sem dimensão.









- picasso-




PARE DE DOER.
explique-me porquê!

PARE DE DOER. ISSO É UMA ORDEM.


sábado, 27 de agosto de 2011




perceber que você é alguém liberto de tudo e completamente solto no ar pode ser um processo lento, perigoso e principalmente dolorido. Mas quando você aceita isso percebe que, apesar de solto jamais vai cair, pois tudo acontece apenas porque você tem asas.




.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011









"liberdade pra mim é pouco. o que eu quero ainda não tem nome."

(Clarice Lispector)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Luce




Aquela gaivota passou
Quando eu não a vi voar
Era tão linda menina
Era mais triste o olhar.

Voou fagueira para longe,
para a terra do sonho que um dia
Levou-se esquecido de um ramo:
minha suave e triste melodia.

A via brincando, sorrindo,
como quiçá o podia.
Tinha uma boneca louçã
de safirina alegria.

Foi como o canto de um dó
Num dia qualquer que partia
Mas eu não a vi voar
Porque assim não o queria.




(fiz essa poesia quando tinha 13 anos, encontrei por acaso hoje num diário antigo)

domingo, 14 de agosto de 2011












(kandinsky)




















...toda a beleza nasce da nossa sede de infinito



o louco



(Galátea das Esferas, Salvador Dalí)





























Perguntais-me como me tornei louco. Aconteceu assim:

Um dia, muito tempo antes de muitos deuses terem nascido, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas – as sete máscaras que eu havia confeccionado e usado em sete vidas – e corri sem máscara pelas ruas cheias de gente gritando: “Ladrões, ladrões, malditos ladrões!”

Homens e mulheres riram de mim e alguns correram para casa, com medo de mim.

E quando cheguei à praça do mercado, um garoto trepado no telhado de uma casa gritou: “É um louco!” Olhei para cima, para vê-lo. O sol beijou pela primeira vez minha face nua.

Pela primeira vez, o sol beijava minha face nua, e minha alma inflamou-se de amor pelo sol, e não desejei mais minhas máscaras. E, como num transe, gritei: “Benditos, benditos os ladrões que roubaram minhas máscaras!”

Assim me tornei louco.




Gibran Khalil Gibran







.

sábado, 13 de agosto de 2011


(allan cassiano)
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

.














...há uma diferença sutil entre querer ser diferente e não conseguir ser igual.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Convalescendo.



esperando estancar. até lá, proibida de ouvir música, de ler o que gosto, proibida de ser eu pra não cair nos meus próprios abismos.sentir demais adoece, e você não escolhe: nasce assim. nem mesmo é um sentir por alguém, é antes o sentir em cada coisa. o pensar incansavelmente. uma busca interior tão muda quanto intensa. um anseio que nem mesmo na palavra liberdade cabe. não suporto rótulos, não aceito chamarem de doença o que apenas sou eu. mas talvez seja a hora de perceber que está cada vez mais fácil cair, e cada vez mais difícil sair sozinha. é algo que me surpreende e derruba alheio à minha vontade. não adianta se debater, em vão. pressinto o fantasma da autodestruição e não consigo evitá-lo, reúno todas as forças mas, onde foram?

Venho tentando sentir menos, levar uma vida mais 'normal'. mas levo sempre essa chaga que às vezes sangra, e de repente estou dispersa como poeira no vento, procuro a minha concentração e não há nada que consiga prender meu pensamento por segundo que seja. e vem aquela mesma dor, toda aquela dor insuportável, e então tudo é desespero. dói viver, pensar, existir. dói lembrar de todas as vezes que isso aconteceu, e da esperança idiota de que não vai acontecer de novo. é mais que angústia. é insuportavelmente dolorido, e a sensação é de que o pesadelo jamais vai passar, e volta cada vez mais forte. meu sorriso será sempre marcado e as marcas que a vida deixou em mim reabrem todas de uma vez, numa enxurrada de sangue e dor, e por mais que você se agarre em qualquer coisa ou alguém, só consegue manchar tudo de vermelho também. e de qualquer forma, reúno minhas forças e levanto.

Talvez eu precise mesmo aprender a me perdoar. aprender que todas as minhas dores nasceram apenas porque amar pra mim é tão natural e necessário quanto respirar. talvez eu tenha mesmo que me aceitar, respeitar os meus limites, aceitar minha 'pieguice', enxergar que isso não é imaturidade, não é fraqueza, e embora possa ser a raiz, não é em si a doença. apenas eu. e eu não consigo ser pior. e olhe que já tentei muito...






.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

.






Vento, vento forte, vento frio. Chuva, muita chuva, com almas molhadas, com cheiro forte, com cheiro forte de força, de verdade. E flores, e a poesia suspensa. Porque de tudo isso é que eu sou feita. E acredite, você também.







.